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Revisão de Literatura: do “estado da arte” à construção do enquadramento teórico

A revisão de literatura é, simultaneamente, viagem e mapa. Viaja-se pelas ideias, métodos e controvérsias acumuladas ao longo dos anos. Mapeiam-se essas ideias para situar, num território epistemológico, o ponto exato onde um novo estudo poderá nascer.

Numa academia onde o conhecimento se multiplica e o impacto define percursos, dominar o “estado da arte” e construir a partir dele um enquadramento teórico rigoroso deixou de ser formalidade — é hoje condição de legitimidade académica.

 

O que significa “estado da arte”?

É o conjunto atualizado, sistematizado e criticamente avaliado de estudos que respondem (total ou parcialmente) à pergunta de investigação. Implica:

>Reconhecer autores, teorias e métodos dominantes;

>Estabelecer o contexto em que ganharam expressão;

>Compreender transformações, teses refutadas e conceitos persistentes.

Mais do que uma recensão, trata-se de uma genealogia crítica do conhecimento.

 

Estratégias de pesquisa bibliográfica

Antes de escrever, importa escolher bem as fontes. Bases como Web of Science, Scopus, PubMed, SciELO e repositórios como B-On são fundamentais. Boas práticas incluem: 

>Definir palavras-chave e sinónimos em várias línguas;

>Usar operadores booleanos (AND, OR, NOT);

>Estabelecer critérios claros de inclusão/exclusão;

>Registar tudo num gestor bibliográfico (Zotero, Mendeley);

>Ativar alertas automáticos para novas publicações.

 

Avaliação crítica das fontes

Selecionar literatura é também avaliar:

>Robustez metodológica e relevância teórica;

>Atualidade do Atirbuto; 

>Comparação entre metodologias (quantitativas, qualitativas, mistas); 

>Qualidade editorial (fator de impacto, peer-review); 

>Potenciais viéses (financiamento, amostras, conflitos de interesse).

A revisão torna-se assim um exercício de ponderação crítica, e não mera listagem de autores.

 

Da cartografia das ideias à formulação do problema

Depois de mapear, é hora de encontrar a lacuna onde o novo estudo pode emergir:

>Contradições empíricas;

>Silêncios temáticos; 

>Limitações apontadas por outros autores;

>Vazios geográficos ou populacionais.

Daqui nasce o problema de investigação — a passagem do estado da arte para o enquadramento teórico.

 

Construção do enquadramento teórico

É a lente que organiza o olhar. Envolve:

>Escolher conceitos-âncora (“capital social”, “justiça organizacional”…); 

>Estabelecer relações entre variáveis;

>Combinar teorias complementares, se necessário;

>Alinhar hipóteses com variáveis mensuráveis;

>Assegurar coerência epistemológica e antológica.

Um enquadramento sólido nasce sempre de uma revisão bem conduzida.

 

Estrutura e escrita da revisão

Três formas comuns de organizar a narrativa:

>Temática: por tópicos (antecedentes, mediadores, consequências);

>Cronológica: ideal para mostrar viragens e fases;

>Metodológica: compara abordagens quantitativas; qualitativas e mistas.

Use subtítulos claros, frases de transição e termos em negrito para facilitar a leitura.

 

Aplicação em diferentes géneros académicos

>Monografias: revisão sitética (25-30%) do total;

>Dissertações: mais profundidade e conforto entre teorias;

>Teses: capítulo autónomo, com diálogo internacional;

>Artigos: revisão concisa, altamente referenciada;

>Relatórios: articulação entre literatura e normas técnicas.

A revisão de literatura nestes géneros académicos pode ser complicado para os estudantes. Disponha dos nossos serviços de ajuda em monografias, dissertações, teses, artigos e do acompanhamento à redação relatórios

 

Questões éticas e boas práticas

Citar é necessário, mas não suficiente. É preciso integrar ideias com clareza, reconhecer méritos, evitar plágio e respeitar o juízo académico.

Ao usar revisões sistemáticas de outros, questione estratégias, viéses e atualizações posteriores.

 

Conclusão

Rever literatura é dialogar com o passado para legitimar o futuro. Seguindo etapas claras — pesquisa ampla, avaliação crítica, identificação de lacunas e construção teórica — o investigador fortalece a sua confiança e contribui para a ciência.

 

Três princípios-guia finais:

>Coerência: todas as fontes devem servir a pergunta de investigação;

>Atualização: incluir o novo sem esquecer os clássicos;

>Clareza: escrever com rigor, fluidez e propósito.

 

Transformada de obstáculo em aliado, a revisão ilumina caminhos, antecipa críticas e solidifica a relevância académica de qualquer estudo.

Procura ajuda em trabalhos académicos ? Contacte-nos em qualquer altura estamos disponíveis 24 horas 7 dias por semana. 

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